A esperança acende-se uns dias antes de atravessarmos o ano, ano após ano. Ela é aquela vozinha que sussurra ao nosso ouvido “para o ano será diferente”. Ela é a fé que tudo poderá mudar para melhor – emprego, dinheiro, saúde, pessoas e outros desejos mais. Mas, a esperança somente pode dar voz ao coração, aquecer o peito, porque sozinha, sem a responsabilidade, respeito e ação, ela se desvanece. Perante a uma enorme quantidade de listas individuais que se juntam a um sistema social que criámos, as esperanças, se vendo sozinhas sem os seus parceiros de trabalho, rapidamente perdem-se, soltam-se das nossas mãos no meio das torrentes de informações sobre mortes, assaltos, violência, subida da inflação, ataques verbais, miséria e relações que se acabam.
Perante a conjuntura socioeconómica e política que nos encontramos mundialmente, precisaremos mais do que esperança. Que este ano traga a cada um serenidade perante as adversidades, sabedoria para distinguir o certo do errado e força para enfrentar os desafios. O que não ficou resolvido em 2017 permanecerá a 00:01 de 2018.

Dezembro, 2017

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