Sofremos. Sofremos o sofrimento da dor. Sofremos pela dor sofrida e pelo sofrimento da dor deveras sentida. Ficamos no sofrimento, pelo sofrimento. Não que não o queiramos abandonar, mas como que, se ele partisse, já não pudéssemos sofrer por tudo aquilo que não foi conhecido e queríamos ter conhecido, por todos os desejos que não foram realizados e foram tão secretamente nutridos, pelos momentos de amor que não foram vividos e sonhámos tanto em tê-los sentidos, por todos os planos pensados e projetados que não foram alcançados e queríamos tê-los concretizados. Se não temos os lugares, os momentos, os sonhos, os romances, as pessoas, se deixarmos o sofrimento partir, ir por inteiro, o que nos restará? Sofremos por projeções irrealizadas, pelo desconhecido, pelo não compartilhado, pelo não provado e pelos abraços perdidos. Porque quando o nada temos, pelo menos temos o sofrimento. Se esse partir, o que nos fica? O nada. O nada é pior do que o sofrer. Pois no sofrer, há emoção, ainda há vida, a nossa vida. Julho, 2020

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