Olá!
Eu sou Karina.
Torne-se no seu próprio Líder e isso definirá a sua vida para sempre.
A minha missão é fazer com que isso aconteça.
«A felicidade é um problema individual. Aqui, nenhum conselho é válido. Cada um deve procurar, por si, tornar-se feliz.»
Sigmund Freud
“Estava tudo a ir bem, até que nesta semana a minha vida virou do avesso. Estou revoltada e às avessas!” Expressou a minha cliente Sandra, chateada com duas situações no seu ambiente profissional
– uma relativa a um pedido de férias rejeitado na data em que ela queria
– e outra, o facto de ter de realizar um trabalho não esperado, que ela em suas palavras expressou-me – “não havia pedido para fazê-lo”.
Eis que a história se tornou mais interessante, quando Sandra disse-me que continuava irritada porque, a partir do momento que ela tinha expressado o que queria, ela tinha a expectativa de obter o que desejava, mesmo quando a chefe havia reconhecido que entendia a frustração dela, mas que não estava no seu poder mudar a situação.
Embora Sandra estivesse consciente do seu mal-estar, da sua agressividade e dos seus pensamentos de vingança, que estavam a afetar as suas horas de sono devido a quebra das suas expectativas, o facto é que ela optava por se manter nesses sentimentos de sofrimento, infligindo dor a si mesma.
Mas, o que estava acontecendo na mente de Sandra?
As 4 formas de agir perante os factos!
Existem 4 formas de agir perante as situações na nossa vida:
1 – há situações em que podemos expressar a nossa opinião e resolvê-las como gostaríamos;
2 – existem situações em que podemos expressar a nossa opinião, mas que não podemos resolvê-las, porque não estão sob nosso poder;
3 – há situações em que podemos expressar a nossa opinião e que, embora possamos resolvê-las, não obtemos os resultados ou soluções como esperávamos;
4 – e existem outras situações, quem nem podemos resolvê-las como queríamos e nem expressar tudo aquilo que pensamos.
Embora nos é reservado o direito de expressar a nossa opinião, quando o fazemos de forma apropriada, isso não quer dizer que obteremos o que esperávamos e nem que um assunto será resolvido à nossa maneira. Ou seja, ao nosso bel-prazer.
Princípio da Realidade e o Princípio do Prazer
Isso leva a entendermos 2 princípios introduzidos há mais de um século por Sigmund Freud que são o Princípio da Realidade e o Princípio do Prazer.
– o princípio da realidade é regido pelo nosso conhecimento de que a realidade física, na nossa luta pela sobrevivência, e a social, com as suas regras e normas sociais e com os reveses da vida quotidiana, nos ensina que nem sempre as coisas acontecem quando e como queremos. Esse princípio frusta e modifica constantemente o princípio do prazer;
– o princípio do prazer rege o desejo da pessoa obter uma gratificação imediata e procurar o prazer, agindo de forma a evitar a dor e mostrando uma baixa tolerância à frustração.
Um exemplo simples, de que me recordo numa conversa com um amigo, foi que o seu primo, com idade de 8 anos, ao ter recebido da sua tia um jogo didático de matemática, de presente pelo Natal, frustrado, esteve à beira de lançá-lo à lareira, porque não satisfazia a sua expectativa. A ação dessa criança foi evitada pelo pai, que aproveitou o momento, e a ensinou que nem sempre as coisas acontecem como queremos, e há que saber lidar com a frustração sem que se atire um brinquedo, por birra e raiva, ao fogo. Se a criança não fosse educada nesse sentido, poderia chegar a ser um adulto imaturo, caprichoso e, o agravante principal, sem o “treino” de gerir seus impulsos e emoções.
É nessa luta antagónica entre os princípios do prazer e do dissabor, da satisfação e da adversidade, da abundância e da escassez, da espontaneidade e da repressão, que gerimos as nossas vidas.
KARINA M. KIMMIG
Por outro lado, uma educação demasiada “realista” (princípio da realidade) gera um adulto que terá dificuldade em saborear a vida com prazer e naturalidade. Mas é nessa luta antagónica entre os princípios do prazer e do dissabor, da satisfação e da adversidade, da vida individual e a da vida coletiva, da abundância e da escassez, da espontaneidade e da repressão, que gerimos as nossas vidas.
O que é doce nunca amargou?
Mas, voltando a minha cliente, será que ela continua a ser uma adulta imatura regida pelo princípio do prazer, de obter rapidamente o que lhe parece doce, o prazer seguro, mas que amarga quando a realidade não vai de encontro às suas expectativas?
Esta pode ser uma parte de sua história. A outra parte é que somos seres de uma intrigante complexidade emocional e tendemos a repetir situações, mesmo que de forma inconsciente, para nos infligir sentimentos conhecidos, no caso da minha cliente, raiva, revolta, dor. Essa repetição inconsciente é como uma reprodução de acontecimentos passados, em contextos diferentes, que podem ter acontecido por exemplo, na escola, ou em casa, em que ela tenha vivenciado a frustração de expectativas ou vontades, e a raiva pela impossibilidade de agir.
Se vermos sob um prisma racional, diríamos que ficar chateada por dois dias é compreensível. Todavia, Sandra não obtém vantagem alguma, quando já está claro, até para ela, que não é possível resolver a situação no trabalho (a não ser que ela se despedisse), e opta por permanecer naqueles sentimentos de raiva, vingança, por dias consecutivos, infligindo somente mais sofrimento e stress emocional a si mesma. É como se ela reagisse emocionalmente como uma criança, sem recorrer a compreensão madura da mulher adulta.
Fica para cada um de nós a pergunta – Porque desejo manter o sentimento de dor, quando o posso largar, pois o doce amargou? – E a mensagem de que o equilíbrio é uma virtude.
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Artigo original publicado em Março de 2017.